sábado, 16 de junho de 2012

Leis para serem cumpridas

Tenho observado que algumas pessoas têm um olhar cético sobre a minha euforia com a lei 12.485/11, que obriga a veiculação de 14 horas mensais de produções brasileiras nos canais pagos e determina que os pacotes de assinaturas oferecidos aos clientes contenham um canal brasileiro para cada 3 do pacate. Em post no facebook o jornalista Paulo Miranda demonstra pessimismo com relação à lei que ele considera a pior já aprovada no congresso. Eu não conheço nenhuma anterior a essa, portanto não posso concordar ou discordar. Sou um cidadão cumpridor de todas as leis, sejam elas favoráveis ou não, aos meus interesses e entendo que todos devem pensar que as leis foram feitas para serem cumpridas. Nesse caso especificamente quero registrar as razões da minha esperança quase eufórica. Não se trata de uma promessa, mas sim de uma lei. Cabe a nós, profissionais da área, interessados diretos no assunto, ficarmos atentos ao cumprimento da lei. Se alguma emissora a descumprir então recorremos à ANATEL a agência reguladora do setor. Considerando a possibilidade de a agência não tomar providências, ainda temos a possibilidade de recorrer ao Ministério Público, última esprança do cidadão de ter respeitados os seus direitos, afinal uma lei é para todos.
Com o talento de nossos artistas e a capacidade de nossos empresários teremos uma grande oportunidade de mostrar o quanto somos capazes. Apesar disso somos obrigados a engolir á força formatos e produtos importados de culturas muito menos desenvolvidas que a nossa por pura acomodação.


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Uma conta simples

O POLO CULTURAL CENTRO DO OESTE é um projeto que vai movimentar cerca de 100 bilhões de reais em cinco anos. Pode parecer uma visão megalomaníaca, mas não é. Trata-se de uma conta simples que qualquer assessor político de 5a. categoria seria capaz de fazer. Vou deixar de lado todos os ativos financeiros ligados à parte artística e ater-me apenas aos valores agregados através de outros segmentos beneficiados diretamente pelo projeto. Entre os objetivos destacamos o estímulo ao fluxo turístico que passa a ser o centro da ciranda econômica que gira em torno do Polo Cultural. Um estudo profundo desenvolvido a partir de algumas experiências bem sucedidas em outros estados como Bahia, Ceará, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, o polo vai colocar a região no centro da mídia nacional, favorável e gratuita. Com isso haverá um aumento expressivo do fluxo turístico chegando a cerca de 5 milhões por ano. É realista aceitar que cada turista gaste em média 4 mil reais. Assim estamos falando de um volume de 20 bilhões de reais, em cinco anos seriam 100 bilhões. Somente os tributos incidentes diretmente sobre a receita representa cerca de 20% ou 20 bilhões de reais, e aqui não estamos considerando os valores da economia informal. Isso quer dizer que, qualquer valor que os governos do Distrito Federal, Goiás, Tocantins e Mato Grosso, venham a fazer para implantar e incentivar a consolidação do Polo, será insignificante diante dos resultados. Eu apresentei esse projeto para todos os governos nos últimos 15 anos e não consegui sensibilizar nenhum deles. Para a minha profunda decepção, vi que os políticos são míopes e não conseguem ver nada além do intervalo de duas eleições.
A diversidade artística e cultural, aliada à natureza exuberante da região são a garantia de um
empreendimento de absoluto sucesso. O que falta é um estadista de alma grande e olhos profundos, capaz de vê o mundo bem à frente do seu tempo. Para realizar, empresários ousados, corajosos e dispostos a trabalhar. Infelizmente temos que reconhecer que jogo do bicho, agiotagem e comissões de super faturamente são muito menos trabalhosos.