sábado, 12 de novembro de 2011

UM VERSO PROFANO


Confesso aqui com certa tristeza, uma enorme decepção. Liguei para um amigo convidando-o ir ao teatro ver a minha peça VERSOS PROFANOS. Ele pediu um pequeno intervalo e consultou a esposa, que eu felizmente não conheço. Ela então esbravejou "Vc não se cansa de mundo cão não? Putaria, viadagem, esculhambação!" Meu amigo visivelmente desconcertado voltou ao telefone, ignorando que eu ouvira as palavras de sua esposa, e ofereceu-me uma irrecusável justificativa. "Sabe que é Ney é que a minha mulher pretende ir ao culto e eu devo acompanhá-la" agradeci e desliguei o telefone. Chorei silenciosamente! Ferido mortalmente em minha alma sensível, com aquele julgamento tão precipitado. A minha obra não tem nada disso, e quando tem, é procurando mostrar que o ser humano em sua grandeza está acima desse momento. Afinal o que é um verso profano? Transcrevo aqui algumas palavras do poeta. "Reinaldo - Oh Dalila! Afinal quem és tu? Uma deusa do Olimpo? Saída do templo de Zeus para tornar-se, em matéria, minha própria deusa? Em verdade vos digo. Nunca consegui decifrar-te. Nunca soube quem realmente és e nunca alcancei a plenitude de tua alma. Mesmo assim sou teu... Ama-me com a ternura das santas e a avidez das prostitutas. Afinal o amor em si tem suas próprias leis

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